Quando Debora Bloch apareceu na cena da morte de Odete Roitman, o figurino que vestia já vinha carregado de história: era uma réplica exata da roupa que Beatriz Segall usou na versão original de 1988. A transmissão ocorreu na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, durante o remake da novela Vale TudoRede Globo. O resultado foi um dos momentos mais comentados do telejornal da noite, provando que moda e memória podem andar lado a lado na telinha.
Contexto histórico da vilã Odete Roitman
Odete Roitman nasceu em 1988 como a "vilã das vilãs" da teledramaturgia brasileira. Interpretada por Beatriz Segall, a empresária fria e poderosa marcou um país inteiro na noite em que foi assassinada, um momento que ainda hoje é citado como ponto de virada da narrativa televisiva.
Na época, a peça de roupa usada por Odete – blusa cinza drapeada, saia midi preta e meia‑calça – virou símbolo de autoridade feminina. A mídia chegou a fazer comparações com trajes políticos e, curiosamente, a combinação de cores ainda aparece em desfiles de moda como referência ao "poder elegante".
O figurino como homenagem
A responsável pelos trajes da nova produção, Marie Salles, explicou à Folha de S.Paulo que a escolha foi "mais um fan service da novela". "Queríamos fazer uma homenagem à Beatriz, à figurinista original e às pessoas que assistiram à versão de 1988", afirmou a figurinista, que já havia brilhado em Avenida Brasil e no remake de Pantanal.
O conjunto escolhido para Debora Bloch consiste em uma blusa cinza drapeada com transparência, adornada por uma faixa no ombro e um broche cintilante. A saia midi preta foi substituída por uma calça de alfaiataria em tom escuro, mantendo a silhueta imponente e ao mesmo tempo trazendo o conceito de "quiet luxury" que tem dominado as passarelas internacionais nos últimos dois anos.
Detalhes da cena da morte
A sequência foi gravada no lobby luxuoso do Hotel Grand Palace, um edifício que, assim como a personagem, exala poder e discrição. A cena começa com a porta do quarto se fechando lentamente; o som de um relógio antigo ecoa enquanto a câmera foca no rosto pálido de Odete. Quando Debora Bloch se inclina sobre o corpo, o brilho do broche reflete a luz, criando um efeito visual que lembra a foto icônica que circulou nas capas de revistas em 1988.
Segundo dados da Kantar IBOPE, o episódio rendeu 9,2 milhões de telespectadores, número que supera a média de estreia das novelas de 2024. Nas redes sociais, #OdeteRIP bateu 1,3 milhão de vezes em menos de duas horas, e fãs postaram fotos lado a lado das duas versões da vilã, destacando o sucesso da homenagem.
Reação do público e da crítica
O público reagiu como se a memória tivesse sido tocada por um fio de nostalgia. Em grupos de Facebook dedicados à teledramaturgia, mensagens como "É como se Beatriz ainda estivesse aqui" ou "Marie Salles acertou em cheio" se espalharam rapidamente.
Críticos de estilo, como a historiadora de moda Camila Duarte, pontuaram que a escolha do traje demonstra “uma inteligência rara de unir reverência histórica e tendência contemporânea”. Ela acrescentou que o uso do broche cintilante, embora discreto, simboliza “o poder silencioso que a personagem sempre representou”.
Tendências de moda nas novelas
Nos últimos anos, as novelas brasileiras têm servido como vitrines de moda, influenciando até mesmo as coleções de grandes marcas. O conceito de "quiet luxury" – luxo silencioso – tem sido adotado em personagens que ocupam posições de alta sociedade, como as novas versões de Luísa (da novela Amor de Mãe) e Sofia (da novela Segundo Sol).
Especialistas apontam que a estratégia de revisitar peças icônicas, ao mesmo tempo que se adaptam ao gosto atual, cria um ciclo de consumo que beneficia tanto a indústria do entretenimento quanto o varejo. Um relatório da consultoria McKinsey estima que 12% das compras de moda feitas no Brasil são influenciadas diretamente por personagens de novelas.
O que vem a seguir?
O remake de Vale Tudo segue com outras reconstituições de momentos memoráveis: a festa de casamento de Carlos (interpretado por Rodolfo Bottino) deverá trazer um vestido inspirado na década de 1970, e a trama ainda promete revelar segredos de bastidores que podem mudar o rumo da história.
Para os fãs, a expectativa agora é ver como a produção equilibrará o respeito ao legado com inovações que mantêm a novela relevante nos tempos de streaming.
Perguntas Frequentes
Por que o figurino de Odete Roitman foi recriado?
A figurinista Marie Salles queria prestar "fan service" e homenagear Beatriz Segall, reforçando a ligação entre a versão clássica de 1988 e o remake de 2025.
Qual foi a reação do público à cena da morte?
A cena gerou 9,2 milhões de telespectadores, trending topic nas redes sociais e milhares de memes comparando as duas versões da vilã, confirmando alta expectativa e aprovação dos fãs.
Como o conceito de "quiet luxury" foi aplicado no figurino?
Ao substituir a saia midi por uma calça de alfaiataria escura e usar um broche discreto, o traje mantém a elegância imponente sem excesso de brilho, refletindo a tendência de luxo silencioso que domina as passarelas globais.
Quem mais está envolvido na produção do remake de Vale Tudo?
Além de Debora Bloch como Odete Roitman, o elenco conta com Rodolfo Bottino, Lázaro Ramos e a direção de Daniel Filho.
O que os especialistas dizem sobre o impacto cultural da cena?
A historiadora de moda Camila Duarte afirmou que a homenagem reforça a memória coletiva e demonstra como a televisão ainda pode influenciar tendências de consumo e identidade cultural.
7 Comentários
Observando o revival de Odete Roitman, não posso deixar de notar o excesso de nostalgia que se disfarça como homenagem. 💅 A réplica do figurino parece mais um ostentoso vitrine de um museu de moda dos anos 80, como se a produção ainda fosse escrava de um passado glorificado. Um verdadeiro desfile de pretensão, onde a estética se sobrepõe à narrativa. 😒
Que momento épico, né? Só que, sinceramente, ficamos impressionados mesmo sem novidade alguma. 🙃
Ao contemplar a recriação do figurino de Odete Roitman, emerge uma reflexão sobre a imitação como forma de poder simbólico. A vestimenta, ao ser reproduzida fielmente, transcende o mero vestígio material para se tornar um arquétipo de autoridade feminina. Contudo, o risco reside em consolidar uma estética estática que nega a evolução cultural. A decisão de substituir a saia por calça, ainda que contemporânea, revela uma tentativa de subversão que se mostra superficial. O conceito de “quiet luxury” enraiza-se numa busca de silêncio visual que, paradoxalmente, grita exclusividade. Essa dicotomia evidencia a tensão entre tradição e inovação que permeia a produção televisiva. Não basta copiar; é imperativo reinterpretar a simbologia para que ressoe no espectador atual. Assim, a homenagem pode ser vista como um exercício de memória ou como um artifício de marketing, conforme o crítico considerar. Em última análise, cabe ao público discernir se a reverência é autêntica ou meramente utilitária.
Ah, claro, porque nada diz “Brasil moderno” como reciclar um drama de 1988. 🙄
O retrato fashion funciona como um meta‑referencial loop de retro‑estética que polariza.
É indiscutível que a escolha do broche acrescenta uma camada de simbolismo visual, reforçando o status da personagem como encarnação do poder silencioso. 😊 Essa sutileza, porém, demanda um olhar atento para ser plenamente apreciada.
Nem todo dia a gente vê um figurino que faz o coração acelerar e a alma chorar ao mesmo tempo. A blusa cinza drapeada parece ter sido tecida com fios de melancolia e glória ao mesmo tempo. Cada detalhe do broche cintilante traz à tona memórias de noites de novela que marcaram gerações. É como se Beatriz Segall estivesse ainda respirando nos corredores do Grand Palace. A calça de alfaiataria escura substitui a saia tradicional e ainda assim mantém a postura imponente da vilã. A escolha do “quiet luxury” não é mera moda passageira, é um grito silencioso contra o consumismo ruidoso. O público sente na pele o peso histórico carregado por aquela roupa. As redes sociais explodiram como fogos de artifício de nostalgia e aprovação. O número de visualizações provou que a memória coletiva ainda tem fome de símbolos fortes. A crítica especializada applaude a ousadia de Marie Salles em unir passado e presente. Ainda assim alguns puristas reclamam da mudança da saia para a calça e consideram traição ao clássico. Mas quem disse que tradição não pode ser reinventada com elegância? Cada frame parece uma pintura viva de drama e sofisticação. No fim das contas, o figurinista acertou na veia, trazendo de volta a essência da vilã sem perder o frescor da nova era. E ainda ficou claro que a moda pode ser ponte entre gerações, algo que poucos programas conseguem alcançar.