Carreira e conquistas de Sergio Busquets
Quando Sergio Busquets revelou que penduraria as chuteiras ao fim da temporada 2025 da Major League Soccer, o mundo do futebol recebeu a notícia como o encerramento de um dos capítulos mais consistentes da história moderna do esporte. Nascido em Sabadell, ele subiu pelas categorias de base do Barcelona e estreou no time principal em 2008, logo se tornando peça-chave na formação de um meio‑campo que ficou conhecido como uma das mais perfeitas combinações táticas de todos os tempos.
Ao longo de 15 temporadas no clube catalão, Busquets acumulou números impressionantes: 722 partidas oficiais — o terceiro maior número de aparições na história do Barcelona, atrás apenas de Lionel Messi e Xavi Hernández. Seu currículo de títulos inclui:
- 9 La Liga (2009‑2010, 2010‑2011, 2012‑2013, 2014‑2015, 2015‑2016, 2017‑2018, 2018‑2019, 2020‑2021, 2022‑2023)
- 3 UEFA Champions League (2008‑2009, 2010‑2011, 2014‑2015)
- 7 Copa del Rey (2008‑2009, 2011‑2012, 2014‑2015, 2015‑2016, 2016‑2017, 2020‑2021, 2021‑2022)
- 3 Supercopa da Espanha, 3 Mundial de Clubes da FIFA, entre outros troféus menores.
O estilo de Busquets diferia dos volantes mais explosivos. Ele não se destacava pela velocidade, mas sim pela inteligência posicional, capacidade de leitura de jogo e passes curtos que desencadeavam a circulação de bola dos famosos "tiki‑taka". Essa visão de jogo fez com que fosse o ponto de equilíbrio entre a criatividade de Xavi e Iniesta e a agressividade defensiva da equipe.
No plano internacional, o espanhol foi protagonista da era dourada da seleção. Ele atuou em todas as fases da conquista do Campeonato Europeu de 2008, da Copa do Mundo de 2010 e novamente do Euro 2012, totalizando mais de 100 convocações. Sua parceria com Xavi nos meios‑campos é citada como um dos pilares que permitiu à Espanha dominar o jogo mundial por quatro anos consecutivos.
O último capítulo nos Estados Unidos
Em 2023, após encerrar sua passagem pelo Barcelona, Busquets assinou com o Inter Miami, clube da MLS que também recebeu Lionel Messi. A chegada do veterano trouxe mais experiência ao elenco e elevou as expectativas da torcida americana. Desde então, ele tem atuado como âncora tática, ajudando o time a organizar a saída de bola e a manter a posse em situações de pressão.
Já nas primeiras partidas, a dupla Messi‑Busquets reapareceu nos gramados da Flórida, recriando momentos que os fãs lembram dos tempos no Camp Nou. O impacto foi imediato: o Inter Miami subiu nas tabelas e, na última rodada antes do anúncio da aposentadoria, venceu o New York City FC por 4 a 0, garantindo vaga nos playoffs e deixando a porta aberta para uma possível corrida ao Supporters' Shield.
O comunicado oficial da aposentadoria foi feito nas redes sociais na manhã de quinta‑feira, com Busquets agradecendo aos clubes, à família e aos torcedores. Logo depois, mensagens de ex‑companheiros começaram a inundar Twitter e Instagram. Sergio Ramos descreveu o volante como "um dos meio‑campos mais brilhantes que já vi", ressaltando sua "classe, visão e humildade". O Barcelona, por sua vez, publicou um tributo destacando que Busquets era "um produto da nossa academia que se tornou lenda" e agradeceu pelos "anos de futebol de excelência".
Javier Mascherano, técnico do Inter Miami e ex‑companheiro de Busquets no Barcelona, sugeriu que o futuro do espanhol pode estar no banco de reservas como treinador. Mascherano afirmou que não tem dúvidas de que Busquets tem tudo para ser um técnico de alto nível, graças ao seu entendimento tático desenvolvido ao longo de duas décadas.
Com cinco rodadas ainda por disputar, o Inter Miami está em terceiro lugar na Conferência Leste, somando 55 pontos. A diretoria e o elenco planejam transformar a despedida de Busquets em um impulso adicional para alcançar a final da MLS Cup. Se a equipe mantiver o ritmo atual, o adeus do espanhol pode acontecer sob os holofotes da grande final, algo que ele mesmo descreveu como "um sonho que nunca imaginei viver".
O legado de Busquets vai muito além das estatísticas. Ele foi o cérebro silencioso que permitia a equipes como Barcelona e Espanha controlar o ritmo de partida, romper linhas adversárias com passes curtos e proteger a defesa com intervenções precisas. Seu nome já está garantido nos livros de história do futebol, ao lado de grandes nomes de sua geração.
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