No dia 18 de novembro de 2024, uma segunda-feira comum se transformou em um momento especial para os espectadores da TV Globo com a exibição de 'King Richard: Criando Campeãs' no 'Tela Quente'. Este filme, envolvente e inspirador, mergulha na história de Richard Williams, um pai como poucos no mundo das estrelas do esporte. Com um plano audacioso em mãos e a determinação palpável, Richard sonhava alto para suas filhas, Venus e Serena Williams, nomes que hoje ressoam como ícones do tênis mundial.
A história começa em um bairro de Compton, conhecido tanto por seus desafios quanto por seu espírito comunitário. É nesse cenário que Richard, interpretado de forma magistral por Will Smith, planta as sementes do que acredita ser o destino das filhas: a glória no mundo do esporte. Seus métodos, por vezes vistos como excêntricos e pouco ortodoxos, formaram a base sólida sobre a qual o sucesso das irmãs Williams foi edificado. Mais do que um treinador, Richard foi um visionário que nunca perdeu de vista os objetivos para suas filhas.
Enfrentando barreiras sistemáticas e sociais, Richard continuamente desafiava o status quo, desconsiderando o preconceito racial e as dificuldades financeiras. Sua jornada não era apenas contra as adversidades externas, mas também contra a dúvida e o ceticismo que recebia de todos os lados. Ao longo do filme, vê-se Richard treinando Venus e Serena com uma intensidade que, embora questionável por alguns, demonstrava seu compromisso e crença nas habilidades das filhas. Ele lhes ensinou não só a arte do tênis, mas também a resiliência, a importância da ética e o valor da autoconfiança.
'King Richard: Criando Campeãs' não se destaca apenas pela história comovente e inspiradora, mas também pelas atuações excepcionais. A direção de Reinaldo Marcus Green capta com emoção e precisão cada detalhe da vida de Richard Williams, enquanto Will Smith brilha no papel principal, conquistando merecidamente o Oscar de Melhor Ator. Este reconhecimento no 94º Oscar, celebrado por muitos, ficou marcado por um momento controverso que ofuscou o feito momentaneamente. Mesmo assim, a performance de Smith é um lembrete poderoso de talento e dedicação.
Além de Smith, o elenco de apoio também chama atenção com atuações notáveis. Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Saniyya Sidney e Demi Singleton contribuem para um retrato autêntico e inspirador da família Williams, dando vida a uma narrativa repleta de emoções, conflitos e conquistas.
'King Richard' recebeu um total de seis indicações ao Oscar. Foi prestigiado com nomeações para Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz Coadjuvante, entre outras. A canção 'Be Alive', composta por Beyoncé, foi reconhecida na categoria de Melhor Canção Original, realçando a força potente da trilha sonora do filme.
E a história não termina quando os créditos rolam. O legado das irmãs Williams continua a inspirar jovens atletas ao redor do mundo. Elas desafiaram não apenas as estatísticas, mas também as expectativas, mostrando que com determinação, visão clara e apoio inabalável, qualquer obstáculo pode ser superado. Esse é o poder de uma história como a de Richard Williams e suas filhas – ela nos convida a sonhar, a lutar e, acima de tudo, a nunca desistir, tornando-se um testemunho eterno de perseverança e amor familiar.
A exibição de 'King Richard: Criando Campeãs' no 'Tela Quente' serviu de forte lembrete do poder transformador do cinema, capaz de contar histórias que inspiram gerações e elevam, mostrando que os limites são apenas portas que podemos escolher abrir. Isso redefine não só a narrativa do esporte, mas também a resistência contra as barreiras que muitos enfrentam na busca pelos seus sonhos.
7 Comentários
Richard Williams foi um estrategista de vida, não só de tênis. A disciplina que ele impôs não era sobre vencer partidas, mas sobre construir identidade. As meninas não foram treinadas para serem campeãs - foram formadas para serem imbatíveis. E isso transcende o esporte.
Quando você cresce em Compton com zero recursos, o sonho não é um luxo, é uma arma. E ele as armou com confiança, não com raquetes.
Isso aqui não é biografia. É manifesto.
Essa história é linda, mas tá faltando o lado sombrio. Richard era um manipulador disfarçado de pai. Ele usou as filhas como moeda de troca pra se tornar famoso. A imprensa adora esse tipo de narrativa - pai herói, filhas santas - mas ninguém fala da pressão psicológica que elas sofreram antes dos 10 anos.
Will Smith fez um ótimo trabalho, mas o filme é um marketing disfarçado de inspiração. Eles esconderam o fato de que Serena quase desistiu duas vezes antes dos 15.
As pessoas querem acreditar em contos de fadas. Mas a vida real não tem trilha sonora da Beyoncé.
Essa história me lembra quando eu treinava meu filho no futebol de várzea. Ninguém acreditava nele. Mas eu sabia que ele tinha algo diferente. Não era talento puro, era cabeça. Richard fez isso com o tênis. Ele viu o que os outros não viam: que o talento não nasce nos clubes caros, nasce na garagem, no asfalto, no coração.
As meninas não foram criadas para ganhar troféus. Foram criadas para serem donas da própria história. E isso é o que importa.
Se eu tivesse um filho, eu faria igual. Sem medo. Sem desculpas.
É inacreditável como o cinema consegue transformar uma luta de classe em um filme de Natal. Richard Williams não era um pai comum, ele era um guerreiro da resistência negra em forma de pai de família. E Will Smith, mesmo com todo o escândalo do tapa, entregou uma atuação que vai pra história.
É triste que a gente só valorize essas histórias quando elas têm Oscar, né? Quando é um garoto de periferia jogando futebol, a gente chama de 'bandido'. Quando é uma menina negra treinando com o pai em Compton, aí é 'inspiração'.
Essa película é um espelho. E o que ela mostra é que a gente ainda tá longe de ser justo.
Ainda que o filme tenha sido amplamente celebrado, há uma dimensão subestimada: a colaboração entre Venus e Serena. Não foi só Richard quem moldou o sucesso - foi a dinâmica entre elas. Elas se impulsionavam mutuamente. A rivalidade saudável, o apoio silencioso, as noites de estudo depois dos treinos. Isso é raro no esporte moderno, onde o individualismo domina.
Richard criou um sistema, mas foi o vínculo entre as irmãs que o tornou invencível. A trilha sonora de Beyoncé é poderosa, mas o silêncio entre elas durante os jogos, quando se olhavam no olho antes de servir - isso é o que realmente emociona.
As estatísticas mostram que 92% dos atletas de elite têm um apoio familiar estruturado. Mas só 3% têm um sistema tão coerente quanto o de Williams. E isso não é sorte. É planejamento.
o filme é lindo mas e se a gente pensar que o ritchard foi um pai abusivo? ele mandou elas treinar 8h por dia e nem deixava elas serem crianças. e ainda por cima usou o nome delas pra ganhar grana. o que ele fez foi explorar. e agora todo mundo fala que ele é heroi. mas e a saúde mental delas? e se elas tivessem depressão? ninguem fala disso. #realidade
Se o Richard fosse branco, todo mundo diria que ele era só um pai exigente. Mas como ele é negro, aí vira um gênio. O filme é bonito, mas ele pinta a luta como algo único, quando na verdade é a realidade de milhares de pais negros que lutam todos os dias pra dar um futuro melhor. O que ele fez é comum. Só que o mundo só vê quando vira filme.
As meninas merecem todo o mérito. Ele só deu o pontapé inicial. Elas é que correram a maratona.