No Centre Court, em 11 de julho de 2025, Novak Djokovic confessou que a “realidade bateu” ao perceber o efeito da idade sobre seu corpo, depois de ser derrotado por Jannik Sinner, número 1 mundial da Itália, nas semifinais de Wimbledon 2025. O tenista sérvio, 38 anos e 103 dias, explicou à imprensa que o desgaste físico tem sido “difícil de aceitar”, mesmo após uma temporada repleta de recordes históricos.
Contexto da temporada 2025 de Djokovic
Aos 38, Djokovic tornou‑se o primeiro jogador a alcançar semifinais nos quatro Grand Slams em um único ano pela segunda vez da sua carreira, mas falhou em chegar a alguma final – algo que não acontecia desde 2017. Entre os marcos da campanha, ele conquistou o seu 100.º título da ATP, juntando‑se a Jimmy Connors e Roger Federer como o terceiro atleta com mais de 100 vitórias em torneios da era aberta.
Ele também bateu a marca de 259 vitórias sobre adversários top‑10, elevando o número para 262, e ultrapassou Rafael Nadal em 416 triunfos em Masters 1000. Cada Grand Slam contou com pelo menos 95 vitórias, um feito inédito na história da era aberta.
Detalhes da campanha em Wimbledon
Na primeira rodada, o sérvio avançou sem grandes dificuldades, mas foi na quarta fase que a narrativa mudou. Contra Alex de Minaur, ele perdeu o primeiro set por 1‑6, reencontrou o ritmo e virou o jogo 6‑4, 6‑4, 6‑4, enquanto Roger Federer assistia das arquibancadas. "Provavelmente é a primeira vez que ele me vê vencer", brincou Djokovic, aliviando a “maldição” que o impedia de derrotar o suíço nos últimos encontros.
Nos quartos de final, enfrentou o 22.º seed Flavio Cobolli e garantiu a vitória em três sets, consolidando seu 101.º triunfo em simples em Wimbledon – a apenas quatro vitórias de bater o recorde de 105 vitórias de Roger Federer no torneio.
Chegando às semifinais, o confronto com Sinner foi intenso. O italiano, nascido em 2001, mostrou a combinação de potência e resistência que tem deixado os grandes nomes da geração “nova” preocupados. Djokovic acabou perdendo, mas reconheceu que o duelo evidenciou a diferença de “juventude e frescor” frente ao “desgaste acumulado”.
A entrevista de Djokovic no Centre Court
Depois do fim, o sérvio sentou‑se na cadeira do Centre Court – que também foi marcada como Centre Court nos documentos oficiais – e disse, em tom quase reflexivo: “É só a idade, o desgaste do corpo, mesmo cuidando como cuido. A realidade me bateu como nunca nos últimos 18 meses.”
Ele enfatizou que, quando está “fresco e apto”, ainda pode jogar “Tênis muito bom”, como provou ao vencer a maioria dos torneios que disputou. “Jogar best‑of‑five tem sido uma luta real este ano. Quanto mais o torneio avança, pior fica a minha condição”, completou.
Ao ser questionado sobre o futuro, Djokovic admitiu que “não sabe” se continuará competindo em alto nível por muito tempo, mas que ainda sente “uma vontade imensa de lutar” contra rivais como Carlos Alcaraz, outro jovem talento que tem dominado o circuito.
Repercussões e análises de especialistas
O comentarista da BBC, John McEnroe, destacou que a vulnerabilidade de Djokovic é “raramente vista”. “Ele tem sido o monólito do tênis, mas agora vemos o lado humano, a luta contra o relógio”.
Por outro lado, o analista da ESPN, Michele Gazzola, argumentou que os números ainda contam a seu favor: 397 vitórias em partidas de Grand Slam, 416 triunfos em Masters 1000 e 100 títulos de ATP. “A performance está acima da média da maioria dos quadros da era aberta”, disse.
Entretanto, fisioterapeutas que acompanham o atleta alertam que a recorrência de lesões musculares e a necessidade de “recuperação mais longa entre os sets” podem limitar sua participação em futuros Grand Slams, principalmente nos que exigem melhor de cinco sets.
O que o futuro reserva para o tenista sérvio
- Possível redução de calendário: foco em torneios de 3 sets (ATP 1000, Masters 1000) para preservar o corpo.
- Planejamento de “coach” e equipe de fisioterapia para adaptar treinos de força e flexibilidade.
- Continuação da disputa com a nova geração – Alcaraz, Sinner, Carlos Alcaraz – que podem empurrar Djokovic para um papel de mentor, não só competidor.
- Em 2026, ele ainda tem chance de disputar mais um Grand Slam antes de considerar a aposentadoria.
Enquanto isso, a narrativa de um “último grande capítulo” ainda está em construção, e os fãs ao redor do mundo aguardam ansiosos por cada nova partida.
Perguntas Frequentes
Como a idade afeta o desempenho de Djokovic?
Aos 38 anos, o corpo de Djokovic apresenta recuperação mais lenta, maior risco de lesões e dificuldade em manter o nível físico exigido nos melhores de cinco sets. Essa combinação reduz sua consistência em partidas longas, como evidenciado nas semifinais de Wimbledon.
Quais recordes Djokovic quebrou em 2025?
Ele alcançou 100 títulos da ATP, tornou‑se o primeiro a vencer um torneio em 20 anos consecutivos, bateu o recorde de 259 vitórias sobre top‑10 (chegando a 262) e chegou a 397 vitórias em partidas de Grand Slam, além de 416 triunfos em Masters 1000.
Qual a importância da derrota para Jannik Sinner?
A perda para o italiano destacou a ascensão da nova geração. Sinner, com 23 anos, combina potência e resistência, mostrando que a disputa pelos maiores títulos está cada vez mais nas mãos dos jovens, colocando pressão adicional sobre veteranos como Djokovic.
Djokovic deve reduzir o número de torneios que disputa?
Especialistas sugerem que ele pode focar em eventos de três sets (ATP 1000 e Masters) para minimizar o desgaste físico, mantendo a competitividade sem comprometer sua saúde a longo prazo.
O que os fãs podem esperar da próxima temporada?
Mesmo com os desafios físicos, Djokovic continuará nos principais Grand Slams, buscando romper a barreira dos 105 vitórias em Wimbledon e possivelmente acrescentar mais títulos para fechar a carreira em alta. A expectativa é que ele adapete seu estilo de jogo, priorizando economia de movimento.
1 Comentários
Ah, a venerável lenda que ainda insiste em enfrentar a juventude como se fosse um duelo de ópera barroca; a idade, evidentemente, agora atua como aquele afinador que desafina a melodia. Enquanto o público aplaude, o próprio corpo já começou a desafinar notas fundamentais. A realidade bateu? Mais parece um sussurro cansado de um veterano que ainda acha que pode dançar o tango no Centre Court.