Djokovic admite peso da idade após derrota para Sinner em Wimbledon 2025
Por Daniel Pereira, out 7 2025 16 Comentários

No Centre Court, em 11 de julho de 2025, Novak Djokovic confessou que a “realidade bateu” ao perceber o efeito da idade sobre seu corpo, depois de ser derrotado por Jannik Sinner, número 1 mundial da Itália, nas semifinais de Wimbledon 2025. O tenista sérvio, 38 anos e 103 dias, explicou à imprensa que o desgaste físico tem sido “difícil de aceitar”, mesmo após uma temporada repleta de recordes históricos.

Contexto da temporada 2025 de Djokovic

Aos 38, Djokovic tornou‑se o primeiro jogador a alcançar semifinais nos quatro Grand Slams em um único ano pela segunda vez da sua carreira, mas falhou em chegar a alguma final – algo que não acontecia desde 2017. Entre os marcos da campanha, ele conquistou o seu 100.º título da ATP, juntando‑se a Jimmy Connors e Roger Federer como o terceiro atleta com mais de 100 vitórias em torneios da era aberta.

Ele também bateu a marca de 259 vitórias sobre adversários top‑10, elevando o número para 262, e ultrapassou Rafael Nadal em 416 triunfos em Masters 1000. Cada Grand Slam contou com pelo menos 95 vitórias, um feito inédito na história da era aberta.

Detalhes da campanha em Wimbledon

Na primeira rodada, o sérvio avançou sem grandes dificuldades, mas foi na quarta fase que a narrativa mudou. Contra Alex de Minaur, ele perdeu o primeiro set por 1‑6, reencontrou o ritmo e virou o jogo 6‑4, 6‑4, 6‑4, enquanto Roger Federer assistia das arquibancadas. "Provavelmente é a primeira vez que ele me vê vencer", brincou Djokovic, aliviando a “maldição” que o impedia de derrotar o suíço nos últimos encontros.

Nos quartos de final, enfrentou o 22.º seed Flavio Cobolli e garantiu a vitória em três sets, consolidando seu 101.º triunfo em simples em Wimbledon – a apenas quatro vitórias de bater o recorde de 105 vitórias de Roger Federer no torneio.

Chegando às semifinais, o confronto com Sinner foi intenso. O italiano, nascido em 2001, mostrou a combinação de potência e resistência que tem deixado os grandes nomes da geração “nova” preocupados. Djokovic acabou perdendo, mas reconheceu que o duelo evidenciou a diferença de “juventude e frescor” frente ao “desgaste acumulado”.

A entrevista de Djokovic no Centre Court

Depois do fim, o sérvio sentou‑se na cadeira do Centre Court – que também foi marcada como Centre Court nos documentos oficiais – e disse, em tom quase reflexivo: “É só a idade, o desgaste do corpo, mesmo cuidando como cuido. A realidade me bateu como nunca nos últimos 18 meses.”

Ele enfatizou que, quando está “fresco e apto”, ainda pode jogar “Tênis muito bom”, como provou ao vencer a maioria dos torneios que disputou. “Jogar best‑of‑five tem sido uma luta real este ano. Quanto mais o torneio avança, pior fica a minha condição”, completou.

Ao ser questionado sobre o futuro, Djokovic admitiu que “não sabe” se continuará competindo em alto nível por muito tempo, mas que ainda sente “uma vontade imensa de lutar” contra rivais como Carlos Alcaraz, outro jovem talento que tem dominado o circuito.

Repercussões e análises de especialistas

O comentarista da BBC, John McEnroe, destacou que a vulnerabilidade de Djokovic é “raramente vista”. “Ele tem sido o monólito do tênis, mas agora vemos o lado humano, a luta contra o relógio”.

Por outro lado, o analista da ESPN, Michele Gazzola, argumentou que os números ainda contam a seu favor: 397 vitórias em partidas de Grand Slam, 416 triunfos em Masters 1000 e 100 títulos de ATP. “A performance está acima da média da maioria dos quadros da era aberta”, disse.

Entretanto, fisioterapeutas que acompanham o atleta alertam que a recorrência de lesões musculares e a necessidade de “recuperação mais longa entre os sets” podem limitar sua participação em futuros Grand Slams, principalmente nos que exigem melhor de cinco sets.

O que o futuro reserva para o tenista sérvio

  • Possível redução de calendário: foco em torneios de 3 sets (ATP 1000, Masters 1000) para preservar o corpo.
  • Planejamento de “coach” e equipe de fisioterapia para adaptar treinos de força e flexibilidade.
  • Continuação da disputa com a nova geração – Alcaraz, Sinner, Carlos Alcaraz – que podem empurrar Djokovic para um papel de mentor, não só competidor.
  • Em 2026, ele ainda tem chance de disputar mais um Grand Slam antes de considerar a aposentadoria.

Enquanto isso, a narrativa de um “último grande capítulo” ainda está em construção, e os fãs ao redor do mundo aguardam ansiosos por cada nova partida.

Perguntas Frequentes

Como a idade afeta o desempenho de Djokovic?

Aos 38 anos, o corpo de Djokovic apresenta recuperação mais lenta, maior risco de lesões e dificuldade em manter o nível físico exigido nos melhores de cinco sets. Essa combinação reduz sua consistência em partidas longas, como evidenciado nas semifinais de Wimbledon.

Quais recordes Djokovic quebrou em 2025?

Ele alcançou 100 títulos da ATP, tornou‑se o primeiro a vencer um torneio em 20 anos consecutivos, bateu o recorde de 259 vitórias sobre top‑10 (chegando a 262) e chegou a 397 vitórias em partidas de Grand Slam, além de 416 triunfos em Masters 1000.

Qual a importância da derrota para Jannik Sinner?

A perda para o italiano destacou a ascensão da nova geração. Sinner, com 23 anos, combina potência e resistência, mostrando que a disputa pelos maiores títulos está cada vez mais nas mãos dos jovens, colocando pressão adicional sobre veteranos como Djokovic.

Djokovic deve reduzir o número de torneios que disputa?

Especialistas sugerem que ele pode focar em eventos de três sets (ATP 1000 e Masters) para minimizar o desgaste físico, mantendo a competitividade sem comprometer sua saúde a longo prazo.

O que os fãs podem esperar da próxima temporada?

Mesmo com os desafios físicos, Djokovic continuará nos principais Grand Slams, buscando romper a barreira dos 105 vitórias em Wimbledon e possivelmente acrescentar mais títulos para fechar a carreira em alta. A expectativa é que ele adapete seu estilo de jogo, priorizando economia de movimento.

16 Comentários

Cinthya Lopes

Ah, a venerável lenda que ainda insiste em enfrentar a juventude como se fosse um duelo de ópera barroca; a idade, evidentemente, agora atua como aquele afinador que desafina a melodia. Enquanto o público aplaude, o próprio corpo já começou a desafinar notas fundamentais. A realidade bateu? Mais parece um sussurro cansado de um veterano que ainda acha que pode dançar o tango no Centre Court.

Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves

cê acredita no que o djok está passando? é tenso, mas ainda assim ele tem mó coração. vamo que vamo, quem sabe ele volta mais forte ainda.

Rachel Danger W

eu juro que tem algo mais por trás desse discurso, tipo a federação querendo abrir espaço pro novato. parece tudo tão ensaiado, tipo filme de thriller. mas de boa, vamos curtir o drama que isso traz pro circuito.

Davi Ferreira

e aí galera, vamos celebrar a coragem dele de ainda lutar! mesmo com o corpo pedindo pausa, a garra dele inspira. quem sabe 2026 traz uns ajustes e ele volta com energia de foguete.

Circo da FCS

Olha ele já tá meio fraquinho mas ainda tenta.

Savaughn Vasconcelos

É fascinante observar como a narrativa de um atleta de elite pode se transformar em um estudo de resistência física e psicológica; Djokovic, ao admitir abertamente o peso da idade, oferece um raro vislumbre da vulnerabilidade humana por trás da façanha esportiva. Cada ponto disputado nesta última partida contra Sinner parece carregado de um simbolismo que ultrapassa a simples competição, tornando-se quase um rito de passagem. O fato de ele ter conseguido alcançar semifinais em todos os Grand Slams no mesmo ano, pela segunda vez, evidência uma consistência que poucos conseguem replicar, mesmo quando o relógio biológico avança inexoravelmente. Entretanto, a fadiga acumulada – notada nas pausas mais longas entre os sets – não pode ser ignorada, pois revela um desgaste que vai além dos músculos, alcançando também a resiliência mental. Quando ele fala de “realidade bateu”, não é apenas uma metáfora; é um reconhecimento direto de que o corpo não responde mais da mesma forma que respondia há duas décadas. Por outro lado, seus números ainda falam alto: 100 títulos ATP, 262 vitórias contra top‑10, 416 triunfos em Masters 1000; estatísticas que colocam sua carreira entre as maiores já vistas. Ainda assim, a soma desses feitos não mascara a necessidade de ajustes estratégicos, como a priorização de torneios de três sets para preservar a longevidade. É provável que ele venha a reduzir o calendário, focando em eventos que exijam menos endurance físico, enquanto mantém sua competitividade nos maiores palcos. Essa transição, por mais difícil que pareça, pode ser a chave para que ele continue sendo relevante sem sacrificar a saúde. A gestão cuidadosa de repouso, fisioterapia avançada e um planejamento de treinos que enfatize flexibilidade poderiam até mesmo prolongar sua presença no topo. Ademais, o surgimento de talentos como Sinner e Alcaraz altera o cenário competitivo, exigindo que veteranos reinventem seus estilos de jogo. O próprio Djokovic já demonstrou adaptabilidade ao variar suas táticas ao longo da carreira, o que sugere que ainda há margem para inovação. Em última análise, a aceitação da idade não implica fim, mas sim um convite à reinvenção, possivelmente transformando o tio serbio em um mentor inspirador para a nova geração. Portanto, embora o futuro seja incerto, a combinação de experiência e ajustes estratégicos pode garantir que ele escreva ainda mais capítulos memoráveis antes de fechar a cortina de sua jornada.

Rafaela Antunes

ele tenta mas o corpô já ta mto cansado, não tem como nego.

Luciano Hejlesen

🤔 já viu quem tenta fingir que a idade não mexe? 😂 o Djoki tá mais velho que o Wi‑Fi da minha avó e ainda quer jogar best‑of‑five. 🤦‍♂️

Marty Sauro

Claro que ele ainda tem chance, afinal, quem nunca perdeu uma semifinal e depois virou lenda? Só que agora ele tem que encarar a nova galera que tem energia de bateria nova.

Aline de Vries

Olha, se ele focar em treinar mais a parte de movimentos curtos e usar mais smash, pode compensar a falta de resistência. vamo ver se ele manda bem.

Wellington silva

Na minha visão, o declínio fisiológico é um trade‑off inevitável; porém, a capacidade de otimizar a economia de movimento pode mitigar o impacto nos matches de longas sets. Em termos leigos, menos correr, mais pensar onde bater.

Debora Sequino

Mas, obviamente, quem ainda insiste em jogar best‑of‑five após os 38 anos, deve estar claramente ignorando as leis básicas da biologia!!! É como tentar usar um processador de 1990 para rodar jogos de última geração!!!

Benjamin Ferreira

Segundo estudos recentes, a perda de VO2 máximo a partir dos 30 anos pode reduzir a performance em até 12%, o que explica em parte a queda de Djokovic. Essa evidência corrobora a necessidade de ajustes de calendário.

Marco Antonio Andrade

É sempre legal ver alguém tão dedicado, e se ele decidir mudar o foco, a torcida ainda vai estar aqui, vibração positiva garantida.

Ryane Santos

Olha, a verdade é que o discurso meloso do Djokovic sobre "realidade bateu" serve apenas como tentativa de mascarar sua incapacidade de se adaptar ao ritmo acelerado da nova geração; ao invés de enfrentar as falhas, ele prefere lançar frases de efeito que pouco acrescentam ao debate técnico. A análise fria dos números mostra que, apesar dos recordes, sua taxa de vitórias em sets de decisão caiu significativamente, indicando uma vulnerabilidade que não pode ser ignorada. Enquanto isso, jovens como Sinner capitalizam na agressividade e na preparação física superior, deixando o veterano em desvantagem clara. Portanto, não há romantismo possível: os números falam por si, e a era de ouro do serbio está, infelizmente, chegando ao fim.

Lucas da Silva Mota

Não acredito que seja o fim; na verdade, acho que a mídia está exagerando a decadência de Djokovic, como se fosse um drama barato para vender manchetes.

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