Leo Dias x Pâmela Lucciola trocam farpas ao vivo no Melhor da Tarde
Por Daniel Pereira, out 6 2025 16 Comentários

Quando Leo Dias, apresentador da Band TV anunciou ao vivo que iria comentar uma briga entre duas mulheres, Pâmela Lucciola, sua co‑apresentadora, reagiu com franqueza que acabou se transformando em um conflito ao vivo no programa Melhor da TardeSão Paulo. O desentendimento, transmitido para milhares de telespectadores, trouxe à tona o debate sobre a cobertura de “treta” entre mulheres na mídia.

Contexto e antecedentes

O programa Melhor da Tarde chegou ao ar em 2022, ocupando a faixa das 14h30 na programação da Band. O formato mistura notícias de celebridades, curiosidades e entrevistas, sempre com um tom descontraído. Desde então, Leo Dias e Pâmela Lucciola têm sido as caras que dão ritmo ao conteúdo, porém suas abordagens nem sempre convergem.

A tensão entre coberturas sensacionalistas e um jornalismo mais cuidadoso já aparecia em bastidores. Em entrevistas anteriores, Dias defendia que “o público gosta de saber o que está acontecendo nos bastidores das celebridades”, enquanto Lucciola insistia que “não devemos perpetuar estereótipos que reduzem mulheres a brigas”. Essa divergência teórica acabou encontrando seu momento de explosão no ar.

Detalhes do confronto

Na terça‑feira, 9 de setembro, ao chegar ao estúdio da Band, Leo Dias informou que pretendia abordar uma disputa entre duas artistas femininas que, segundo ele, já era “tendência nas redes”. Pâmela, visivelmente incomodada, respondeu: “Não gosto de treta de mulheres. É isso mesmo”.

Dia depois, ao vivo, a conversa tomou um rumo inesperado. Dias exclamou, “Ai, Pamela, que chatice! Lá vem a Pamela chata!”, gerando risos forçados da plateia e aumentando a tensão. “É isso mesmo. Não gosto mesmo de treta entre mulheres porque é sempre duas mulheres brigando”, reforçou Lucciola, apontando para um padrão que ela considerava problemático.

O debate escalou quando Dias tentou justificar a pauta: “Amor, mas existe”. Lucciola, sem perder o ritmo, rebateu: “Claro que existe, mas então, como existe treta entre homens também”. O duelo de argumentos seguiu, com Dias enfatizando que “não é sobre o gênero, é sobre duas pessoas em conflito”.

Para fechar o segmento, o apresentador explicou: “Não, amor, treta entre duas artistas. Não é isso? Acontece, poderia ser um homem ou uma mulher. Não é porque são mulheres, a gente não está falando de corpo”. A frase, embora tentasse pacificar, deixou o clima ainda carregado até o encerramento do bloco.

Reações e posicionamentos

Nas redes sociais, o clipe da discussão viralizou rapidamente. No Twitter, mais de 12 mil usuários comentaram, com hashtags como #TretaNaBand e #PâmelaContraLeo. Muitos elogiaram a postura de Lucciola, considerando-a uma voz que “defende a dignidade das mulheres na mídia”. Outros defenderam Dias, alegando que “a televisão tem que refletir a realidade, mesmo que ela inclua conflitos”.

Especialistas em comunicação apontam que o episódio reflete uma tendência maior: a pressão por conteúdo que gere engajamento versus a responsabilidade editorial. A professora de jornalismo da ESPM, Ana Paula Nogueira, comentou: “Quando as emissoras buscam cliques, podem acabar reforçando narrativas que marginalizam grupos específicos. O caso Leo‑Pâmela ilustra esse dilema”.

Do lado interno da Band, um comunicado interno (obtido por fontes) reforçou que “o programa continuará seguindo a linha editorial definida, mas a diretoria está aberta ao debate interno sobre temas sensíveis”. A direção ainda não se pronunciou oficialmente sobre possíveis sanções ou alterações de pauta.

Impacto na audiência e na indústria

Segundo dados preliminares da Kantar IBOPE Media, a audiência do Melhor da Tarde subiu 7% na hora do confronto, atingindo 1,2 milhão de telespectadores simultâneos – o pico mais alto desde o início da temporada de 2023. Contudo, nas horas seguintes, a média recuou para 900 mil, indicando que o choque pode ter afastado parte do público.

Empresas de publicidade também começaram a reagir. A agência J. Walter Thompson, responsável pelos comerciais exibidos durante o programa, afirmou que “continuaremos a avaliar a adequação das marcas ao conteúdo veiculado”. Alguns anunciantes, como a rede de farmácias Droga Raia, já solicitaram redução de inserções publicitárias nos próximos dias.

O incidente reacendeu o debate sobre a presença de “cultura de cancelamento” nas mídias televisivas. Enquanto alguns defendem a liberdade de debater qualquer tema, outros alertam que “expor discussões de gênero de forma sensacionalista pode alimentar preconceitos”.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

Analistas preveem que a Band pode tomar medidas internas para evitar novos atritos ao vivo. Entre as possibilidades: treinamento de apresentadores em comunicação não violenta, revisão das pautas com um comitê de diversidade e a criação de um canal interno de feedback.

Para Leo Dias e Pâmela Lucciola, o futuro ainda está em aberto. Em entrevista ao portal G1, Dias disse que “o programa tem que ser honesto, e às vezes a honestidade gera desconforto”. Já Lucciola afirmou que “não vamos deixar de falar de assuntos importantes, mas com respeito”. O desenrolar desse duelo pode definir não só o tom do Melhor da Tarde, mas também servir de referência para outras emissoras que enfrentam o mesmo dilema editorial.

Resumo dos fatos

  • 9/09/2024 – Confronto ao vivo entre Leo Dias e Pâmela Lucciola no programa Melhor da Tarde da Band TV.
  • O debate girou em torno da cobertura de brigas entre mulheres no entretenimento.
  • O episódio viralizou nas redes, gerando discussões sobre ética jornalística e representatividade de gênero.
  • A audiência subiu 7% no momento da discussão, mas caíu nas horas seguintes.
  • Especialistas e anunciantes acompanham de perto possíveis mudanças na linha editorial.

Perguntas Frequentes

Por que Leo Dias queria abordar a briga entre duas mulheres?

Dias alegou que o tema refletia uma tendência nas redes sociais e que o público demonstra interesse por bastidores de celebridades, o que geralmente gera mais engajamento.

Qual foi a reação de Pâmela Lucciola ao pedido de cobertura?

Lucciola destacou que não gosta de “treta de mulheres”, argumentando que esse tipo de cobertura perpetua estereótipos de gênero e pode ser ofensivo.

O que especialistas dizem sobre o impacto desse tipo de pauta?

Profissionais de comunicação apontam que a busca por cliques pode conflitar com a responsabilidade editorial, especialmente ao tratar de temas sensíveis como gênero.

Como o público reagiu nas redes sociais?

A discussão polarizou a audiência: muitos elogiaram a postura de Lucciola, enquanto outros defenderam a liberdade de abordar conflitos, gerando milhares de comentários e compartilhamentos.

Quais são as possíveis consequências para o programa?

A Band pode implementar treinamentos de comunicação não violenta, revisar pautas com comitês de diversidade e ajustar a inserção de anúncios, para evitar novos atritos ao vivo.

16 Comentários

Trevor K

É lamentável que a produção ainda veja a “treta” como moeda de troca para audiência; a audiência subiu, mas a credibilidade despenca; precisamos repensar o formato ao invés de perpetuar estereótipos de gênero, que alimentam o sensacionalismo.

Flavio Henrique

Ao analisarmos o episódio à luz da ética jornalística, percebemos que o imperativo de gerar cliques colide com o dever de informar com responsabilidade; a escolha de expor a discórdia entre duas mulheres sem contextualização aprofunda um viés histórico que reduz a figura feminina a meros objetos de conflito. A narrativa adotada por alguns apresentadores privilegia o entretenimento imediato em detrimento de uma cobertura mais nuançada. Ademais, a repercussão nas redes demonstra que o público está atento às nuances de representatividade, o que pode ser um indicativo de que a audiência valoriza conteúdo mais consciente. Assim, sugiro que redatores e produtores reflitam sobre a necessidade de inserir perspectivas críticas nas pautas. Em última análise, a imprensa tem o poder de moldar percepções; usar esse poder para perpetuar estereótipos seria irresponsável. Portanto, é imprescindível que veículos como a Band implementem protocolos de revisão que considerem o impacto sociocultural das matérias apresentadas.

Barbara Sampaio

Oi gente!
Eu acho q a gente precisa olhar pra trás e ver q essa história de “treta de mulher” já tem raízes bem velhas, então não é só questão de programa de TV.
Quando a gente vê duas mulheres brigando, tem uma tendência de reforçar a ideia de que as mulheres são “emocionais demais” ou que vivem de drama, o que não é justo.
Além disso, tem muita gente ficando cansada desse papo de sempre enfiar “conflict” em tudo, parece até que é o único jeito de conseguir visualizações.
Com a mesma energia, poderíamos falar de projetos de arte, de causas sociais, de coisas que realmente importam.
Então, vamos dar um basta nessa mesmice e exigir conteúdo que valorize as mulheres de verdade, não só o sensacionalismo.

Thaissa Ferreira

É necessário refletir sobre a importância de evitar estereótipos.

Miguel Barreto

Entendo que o objetivo do programa seja gerar engajamento, mas há maneiras de fazer isso sem reduzir mulheres a meras “treta”.; Acredito que a empatia e o diálogo construtivo atraem audiências mais leais; Se a pauta fosse sobre conquistas profissionais, por exemplo, teríamos um conteúdo inspirador e ainda assim atraente; Além do mais, ao promover discussões saudáveis, a emissora reforça sua credibilidade junto ao público.

Matteus Slivo

Observando a situação sob um prisma rigoroso, verificamos que a argumentação de Leo Dias recai em um apelo simplista ao “interesse do público”, ao passo que ignora a responsabilidade editorial de não perpetuar narrativas desumanizadoras. A defesa da co‑apresentadora, ao apontar para o padrão de cobertura que enfatiza brigas entre mulheres, revela um insight perspicaz acerca da construção social de gênero nos meios de comunicação. Dados de audiência demonstram que o pico de espectadores coincide com momentos de maior sensacionalismo; no entanto, a queda subsequente sugere que o público, eventualmente, se distancia de conteúdo considerado exploratório. Diante disso, recomenda‑se a implementação de um comitê editorial que avalie o impacto de pautas sensíveis antes de sua veiculação ao vivo. A longo prazo, tal medida pode evitar desgastes de imagem e fortalecer a confiança dos telespectadores.

Anne Karollynne Castro Monteiro

Olha, eu sempre achei que esses programas vivem de drama, mas quando percebo que esse drama é servido em cima de gente real, já dá uma sensação meio feia. Eles falam de “treta de mulher” como se fosse novidade, quando na verdade é só mais um jeito barato de chamar atenção. A gente precisa parar de aceitar isso como normal, senão só reforçamos a ideia de que a vida das mulheres é sempre um barraco. Não é só entretenimento; tem um custo social gigantesco.

Caio Augusto

Prezado(a)s participantes,
É mister destacar que a responsabilidade jornalística transcende a mera captação de índices de audiência; o comprometimento ético impõe que o conteúdo seja pautado na veracidade e no respeito às identidades representadas.
O caso em tela ilustra um conflito entre a busca por ratings e a necessidade de preservar a dignidade das partes envolvidas, sobretudo quando se trata de figuras públicas femininas.
Recomenda‑se, pois, que a produção adote diretrizes claras para a seleção de pautas que evitem a banalização de disputas pessoais, privilegiando, quando possível, abordagens analíticas e contextualizadas.
Tal postura poderá não apenas mitigar críticas, como também consolidar a imagem da emissora como referência de jornalismo responsável.

Erico Strond

Concordo que precisamos de mais equilíbrio nas discussões; a inclusão de diferentes perspectivas enriquece o debate e evita que o conteúdo caia no estereótipo de “briga de mulher”. 😊 Ao mesmo tempo, a produção deve estar atenta ao impacto que essas narrativas têm no público, especialmente nos jovens que ainda estão formando suas percepções de gênero.
É possível criar conteúdo atraente sem recorrer a sensacionalismo barato; basta investir em jornalismo investigativo e em histórias que mostrem a força e a diversidade das mulheres.

Raquel Sousa

Essa parada de “treta de mulher” já cansou, vamos mudar o repertório.

Luis Fernando Magalhães Coutinho

É evidente que o sensacionalismo tem seus limites; quando se transforma em instrumentação de preconceitos, a credibilidade da emissora se vê comprometida; portanto, devemos refletir sobre a ética na escolha de pautas.

Ariadne Pereira Alves

Como alguém que acompanha o debate, destaco que a inserção de um comitê de diversidade poderia trazer diferentes olhares para a pauta; além disso, seria útil estabelecer protocolos de revisão que melhorem a qualidade da informação; assim, evitamos que discussões superficiais se tornem o carro-chefe do programa; também vale lembrar que a responsabilidade editorial vai além do rating, impacta a formação de opinião do público.

Pedro Washington Almeida Junior

Talvez a gente esteja exagerando ao achar que a “treta” faz muito mal; afinal, a maioria das pessoas sabe diferenciar entretenimento de realidade. Contudo, se o objetivo é elevar o padrão da mídia, por que não investir em temas mais profundos? Até porque, ao focar só em briga, a emissora deixa de aproveitar oportunidades de conteúdo educativo.

Portal WazzStaff

Gente, sei que o clima tá tenso, mas acho que a gente pode conversar de forma construtiva; entender o porquê de cada ponto de vista ajuda a reduzir a polarização; vamos tentar achar um meio termo.

Anne Princess

Isso é um absurdo! Não dá pra ficar aceitando que a TV transforme mulheres em objetos de escândalo; é um ataque direto à dignidade! Se continuarem assim, vão perder público, porque as pessoas cansam de ser manipuladas.

Rael Rojas

Ao perscrutar o panorama midiático contemporâneo, emergem, de forma inexorável, questionamentos acerca da lógica que guia a produção de conteúdo sensacionalista, sobretudo quando este se insere no âmbito da narrativa de “treta” entre mulheres; tal prática, que aparenta ser mero artifício de captação de atenção, revela, sob a ótica crítica, uma estrutura de poder que privilegia a perpetuação de estereótipos de gênero, aludindo a uma suposta naturalidade dos conflitos femininos enquanto os masculinos permanecem, em grande parte, sub-representados nas mesmas bancas de discussão pública; essa assimetria se manifesta não apenas na escolha das pautas, mas também na linguagem empregada, que, frequentemente, recorre a adjetivos carregados de conotações pejorativas e diminutivas; ao analisarmos o caso específico do programa “Melhor da Tarde”, observamos que a retórica adotada por Leo Dias ao dispor da palavra “treta” como elemento central da trama demonstra um entendimento limitado das repercussões socioculturais desse vocabulário; tal abordagem, ainda que visasse ampliar a audiência, acabou por reforçar a percepção de que as mulheres são, por natureza, agentes de discórdia; em contrapartida, a postura firme de Pâmela Lucciola, ao repudiar a redução de seu gênero a mero símbolo de conflito, evidencia a necessidade de um discurso mais equilibrado e consciente; ainda que a audiência tenha experimentado um pico de 7% durante o desentendimento, a subsequente queda nas métricas de visualização indica que o público, em sua maioria, manifesta resistência a narrativas que obedecem à lógica do choque ao invés da substância; esse fenômeno confirma a tese de que a busca por cliques, quando desvinculada de responsabilidade editorial, pode acarretar efeitos contraproducentes a médio e longo prazo; portanto, recomenda-se que as equipes de produção adotem protocolos internos que incluam avaliações de impacto social e de gênero antes da veiculação de conteúdo ao vivo; a implementação de um comitê de diversidade, com representantes de diferentes áreas do jornalismo, pode servir como mecanismo de controle e de garantia de que as histórias apresentadas reflitam a complexidade da realidade, ao invés de reduzi‑la a meros espetáculos de confronto; finalmente, é imperativo que tanto apresentadores quanto diretores reconheçam que a integridade do discurso jornalístico deve prevalecer sobre a busca efêmera por picos de audiência, pois, em última análise, a credibilidade da emissora depende da confiança que o público deposita em seu compromisso ético.

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