Se você já ouviu falar de necrotizing fasciitis e acha que é coisa de filme, está na hora de mudar essa ideia. Essa infecção afeta a camada profunda da pele e pode evoluir rápido, por isso é importante reconhecer os sinais logo de cara.
Também chamada de fascite necrosante, ela é uma infecção bacteriana que destrói músculos, gordura e pele ao mesmo tempo. As bactérias mais comuns são o Streptococcus pyogenes e alguns tipos de Clostridium. Elas entram no corpo através de cortes, queimaduras ou até mesmo picadas de inseto que parecem inofensivas.
Os primeiros sinais podem parecer uma simples irritação: vermelhidão, dor intensa que não corresponde ao tamanho da lesão e sensação de calor. Em poucas horas, a área pode inchar, ficar roxa e começar a formar bolhas. Se a pessoa sente febre alta, calafrios ou tem dor que piora mesmo com analgésicos, o alerta deve ser imediato.
Um detalhe que muita gente deixa passar é a dor desproporcional. Quando a pele parece estar bem, mas a dor é sufocante, costuma ser um indício de que a infecção já está se espalhando pelos tecidos profundos.
Outra pista é a mudança de cor da pele. Se o tecido vira escuro, quase negro, ou apresenta manchas esverdeadas, a necrose já está avançada e o risco de complicações aumenta.
Se algum desses sinais aparecer depois de um ferimento, procure ajuda médica sem demora. O diagnóstico costuma ser feito com base no exame físico e, em alguns casos, com exames de imagem ou cultura de sangue.
O tratamento não espera. Os médicos costumam iniciar antibióticos de amplo espectro logo na primeira suspeita. Em muitos casos, é necessária cirurgia para remover o tecido morto, chamada de desbridamento. Quanto antes a remoção for feita, menores são as chances de sequelas graves.
Além da cirurgia, alguns pacientes recebem terapia intensiva para controlar a infecção e evitar choque séptico. A hidratação, controle da pressão arterial e suporte respiratório são parte do cuidado.
Para quem pensa que só pessoas com imunidade comprometida pegam a doença, está enganado. Embora imunossuprimidos tenham risco maior, qualquer pessoa pode contrair necrotizing fasciitis se houver uma porta de entrada para as bactérias.
Prevenir é mais simples do que parece. Limpar bem qualquer corte, cobrir feridas abertas e evitar tocar a lesão com as mãos sujas são medidas básicas. Se houver sinais de infecção, como pus ou aumento de dor, não espere: lave com água e sabão e procure um médico.
Em resumo, necrotizing fasciitis não é só um nome assustador, é uma emergência médica que requer ação rápida. Reconhecer os sintomas, buscar tratamento imediato e seguir as orientações de prevenção pode salvar vidas.
Louise Fawcett, de 58 anos, de Chesfield, Inglaterra, contraiu Necrotizing Fasciitis, uma rara doença bacteriana devoradora de carne, após cortar o pé no jardim. Apesar dos primeiros socorros, o estado de saúde dela se deteriorou, levando a várias cirurgias. Ela se recuperou sem amputações e foi liberada do hospital após três semanas.
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