Na última quinta‑feira (25/09), o CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquirição – avançou nos passos da investigação que aponta um esquema de desvio de benefícios do INSS envolvendo milhares de segurados. Foram aceitos 25 pedidos de convocação, entre eles dois nomes que ganharam destaque na mídia: Carlos Roberto Ferreira Lopes, à frente da Conafer, e o empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, antigo parceiro de Nelson Wilians Rodrigues.
Convocações aprovadas pela CPMI
O presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, apareceu em oito dos pedidos apresentados pelos parlamentares. A entidade, que reúne agricultores familiares e empreendedores rurais, viu seu faturamento disparar de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões exatamente no período em que os descontos indevidos foram intensificados. Segundo os documentos analisados, a Conafer teria recebido cerca de R$ 688 milhões provenientes de descontos feitos diretamente nas pensões de milhões de beneficiários.
Do outro lado, Fernando Cavalcanti foi incluído na lista por sua ligação estreita com o advogado Nelson Wilians, que já tem prisão preventiva solicitada pelo próprio CPMI. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Cavalcanti, encontrando carros de luxo, joias e uma adega de vinhos avaliados em R$ 7 milhões. O empresário também figura em estruturas societárias ligadas a Nelson Wilians e tem relação com Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS".
Detalhes das investigações e próximos passos
Os depoimentos de Lopes e Cavalcanti foram marcados para segunda‑feira, 29 de setembro, logo após a sessão de quase nove horas que teve Antonio Camilo Antunes como testemunha. O senador Carlos Viana (Podemos‑MG), que preside a CPMI, garantiu que os dois serão ouvidos de forma rigorosa, com a promessa de que nada será ocultado.
Além das convocações, a comissão aprovou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Nelson Wilians Rodrigues, bem como o pedido de sua prisão preventiva. O Supremo ainda não autorizou a medida, mas a pressão aumentou depois que o advogado do acusado, amparado por habeas‑corpus, se recusou a responder perguntas na comissão.
Outro ponto crítico revelado no relatório da CPMI é a participação de Maurício Camisotti, empresário que recebeu pagamentos milionários da firma de Nelson Wilians. Camisotti também está sob investigação, o que indica que o esquema pode envolver uma rede ainda maior de operadores financeiros.
Com a extensão dos indícios, a CPMI pretende solicitar novas diligências à Receita Federal e ao Banco Central, visando rastrear o caminho do dinheiro desviados pelos descontos ilícitos. O objetivo é identificar quem mais se beneficiou da prática e, se possível, recuperar parte dos recursos perdidos pelos segurados.
Enquanto isso, a Conafer, que tem peso político nas discussões sobre reforma agrária e apoio ao pequeno produtor, enfrenta forte pressão de agricultores que ainda não foram atingidos pelos descontos. Representantes da categoria já pedem esclarecimentos e prometem rever a gestão se ficar comprovada a participação no esquema.
O caso ainda tem desdobramentos a caminho. A próxima sessão da CPMI, marcada para o final da semana, deve analisar o pedido de prisão de Nelson Wilians e decidir sobre a continuidade das investigações contra outros membros da rede. O que está claro é que o escândalo do INSS pode se transformar em um dos maiores episódios de corrupção envolvendo benefícios previdenciários da história recente do Brasil.
9 Comentários
Então o cara que vendeu a alma pro INSS tá com adega de R$7 milhões e carros de luxo? E aí, Tércio, qual é o preço da consciência hoje em dia? R$688 milhões? Que negócio! A Conafer era pra defender o pequeno produtor, não pra virar um banco paralelo do crime organizado. Pelo jeito, o que era pra ser assistencialismo virou um esquema de pirâmide com trator e boi no meio.
Se isso não virar um filme da Netflix, tá faltando coragem na TV brasileira.
A magnitude deste desvio é atroz. Os valores envolvidos - R$688 milhões provenientes de pensões de segurados vulneráveis - configuram um crime de lesa-pátria, não apenas fiscal. A estrutura societária montada por Nelson Wilians e seus aliados demonstra planejamento criminoso de longo prazo, com lavagem de capitais, uso de pessoas jurídicas fantasma e cooptação de entidades representativas. A quebra de sigilo bancário e fiscal é um passo mínimo; é necessário também a investigação de transações internacionais e a análise de todos os contratos assinados pela Conafer no período de 2018 a 2024. A impunidade é o maior inimigo da justiça social.
Eu não consigo acreditar que isso tá acontecendo no meu país... gente que vive de benefício... e agora isso? Eles tá roubando de idoso, de mãe solteira, de gente que tá doente... e o pior? Ninguém faz nada! A gente paga imposto, trabalha o dia inteiro, e esses ladrãozinho tá vivendo de luxo com o suor de quem precisa. Eu tô chorando só de pensar nisso. #JustiçaAgora
É triste ver isso. O INSS deveria ser um abrigo pra quem precisa, não um caixa pra empresário. Acho que todo mundo tá cansado desse jeito de fazer política. Talvez a gente precise de gente nova, sem histórico, sem ligações. Só assim a gente muda isso de verdade.
Se você acha que isso é só um caso de corrupção, você tá enganado. Isso é o sistema funcionando perfeitamente. O que você acha que é o Brasil? Um país de leis? Não. É um país de conexões. Se você não tá no jogo, tá fora. E se você tá no jogo... bem, você tá no topo da cadeia alimentar. A Conafer? Só um nome bonito pra um cartel. E o povo? Só o combustível.
Todo mundo tá apontando o dedo pro Wilians, mas e o Banco Central? E a Receita? E os políticos que liberaram essas leis de desconto automático? Tudo isso foi planejado. Eles deixaram brechas intencionais. E o pior: os jornais não falam disso porque os donos das emissoras têm ações em empresas que lavam dinheiro com esses esquemas. A verdade tá escondida atrás de um muro de silêncio. A CPMI é só um espetáculo pra dar a ilusão de que alguém tá fazendo algo.
Com base nos dados disponíveis, é possível afirmar, com elevado grau de certeza estatística, que o esquema descrito configura um crime organizado transnacional, com características de lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva, fraude previdenciária, e uso de entidades sem fins lucrativos como fachada jurídica. A análise das movimentações financeiras entre as contas da Conafer e os agentes ligados a Nelson Wilians demonstra padrões de movimentação típicos de redes de evasão fiscal, com ciclos de reinvestimento em ativos de luxo e propriedades imobiliárias. Recomenda-se, com urgência, a abertura de inquérito internacional junto à Interpol e à ONU, bem como a solicitação de cooperação jurídica com a União Europeia, dada a possibilidade de movimentação de recursos para paraísos fiscais. A justiça brasileira não pode operar em vácuo.
Isso aqui é um pesadelo, mas não é o fim. A gente pode mudar isso. Se cada um de nós cobrar, denunciar, exigir transparência, a gente força o sistema a funcionar. Não adianta só ficar bravo. Vai lá, escreve pro seu deputado, compartilha essa matéria, fala com seu vizinho. A gente não precisa ser herói. Só precisa não ficar calado. 💪🏽
Quando a gente vê um esquema desses, a gente não tá só vendo corrupção... tá vendo a falência de um contrato social. O INSS foi criado pra dizer: 'não importa quem você é, se você trabalhou, se você sofreu, você tem direito'. Mas quando o direito vira mercadoria, quando o sustento de um idoso vira lucro de um empresário... a gente perde algo mais profundo que dinheiro. A gente perde a ideia de que o coletivo importa. E aí? A gente ainda acredita nisso? Ou já virou só mais um espectador no teatro da corrupção? Porque se a gente não reage, se a gente não se indigna com raiva construtiva... a gente vira parte do problema. E isso... isso dói mais que qualquer dívida.