Deco analisa: times brasileiros chegam com vantagem sobre europeus no Mundial de Clubes 2025
Por Daniel Pereira, jun 14 2025 7 Comentários

Deco vê times brasileiros preparados para o novo desafio mundial

Em meio à expectativa pelo novo formato do Mundial de Clubes da FIFA em 2025, quem roubou a cena foi Deco, ex-meio-campista do Fluminense, Barcelona e Chelsea, entre outros. Ele falou de um tema que anima a torcida nacional: será que os times brasileiros têm uma real vantagem sobre os europeus nesta edição histórica do torneio? Segundo Deco, sim. O brasileiro conhece bem os bastidores dos dois continentes e não poupou palavras ao indicar motivos que podem levar nossos clubes a encarar de igual para igual – ou até superar – gigantes da Europa.

Deco, à vontade para comentar sobre as duas realidades, lembra que o calendário europeu, recheado de compromissos pesados na reta final de temporada, esgota atletas e limita a preparação para uma competição extra como o Mundial. “Os times brasileiros podem chegar um pouco mais inteiros. Enquanto os europeus virão de decisões, desgaste do calendário e até festas de final de temporada, aqui a preparação tem outro ritmo”, afirmou o ex-craque. Essa diferença de agenda pode ser o ponto chave na batalha por uma inédita conquista internacional num torneio mais longo e disputado.

Calendário, clima e adaptação: por que Deco aposta nos brasileiros

Calendário, clima e adaptação: por que Deco aposta nos brasileiros

Além do calendário, Deco pesa outro fator interessante: adaptação. Ele relembra sua experiência: “Quando joguei na Europa, cada viagem longa mexia com o corpo, fora a diferença de clima e fuso horário”. Partidas nos Estados Unidos – país que será palco do novo Mundial – costumam exigir fôlego e superação extra. Os clubes brasileiros, acostumados a viagens cansativas pelo país desde sempre, podem tirar de letra essas adversidades.

E tem mais. Deco destaca a motivação. Para os times do Brasil, o Mundial é encarado como uma obsessão. Elencos inteiros se concentram quase exclusivamente na conquista desse título. Já entre alguns europeus, rola aquela sensação de ‘obrigação’ de vencer, o que nem sempre se traduz em dedicação máxima. “Aqui é questão de honra. Lá, é mais um compromisso no meio de um calendário lotado”, resume.

O novo Mundial vai estrear com 32 clubes, em formato de Copa, atraindo mais holofotes, rivalidade e pressão. Deco diz que vê elenco e estrutura para disputa intensa: “Fluminense, Palmeiras e Flamengo, por exemplo, têm projetos sólidos e respondem bem em momentos decisivos. Vai ser bom de ver”.

Assim, mesmo sem favoritismo absoluto, os times brasileiros entram no torneio de 2025 deixando de lado a postura de coadjuvantes. Deco sabe que, em campo, tradição e camisa sempre pesam. Mas agora, eles chegam munidos de preparação física melhor, experiência em viagens longas e uma motivação que faz diferença. Os torcedores já sabem: expectativas lá em cima, porque, segundo Deco, nunca estivemos tão perto de equilibrar — ou até tomar a frente — no confronto direto com os grandes da Europa.

7 Comentários

mauro pennell

Realmente, o calendário europeu é uma máquina de esgotar jogador. Eu lembro quando vi o Liverpool jogar com 3 titulares lesionados na final da Champions, e ainda assim tiveram que encarar o Real Madrid. Aqui no Brasil, o Flamengo, por exemplo, tem tempo pra treinar, pra se recuperar, pra ajustar taticamente. Isso faz toda diferença em um torneio de 32 times, onde cada jogo é uma final.

E o clima? Pensa só: os europeus vão chegar nos EUA depois de uma temporada inteira na Europa, com frio, chuva, e agora vão ter que lidar com calor úmido e fuso horário. Nós? Nós já enfrentamos isso indo de Manaus a Porto Alegre em 48 horas. É parte da nossa rotina.

Deco acertou em cheio: não é só técnica, é resistência mental. Nós nascemos com essa cultura de superar adversidade. E isso não se compra em contrato.

Quem acha que é só dinheiro, tá enganado. O coração brasileiro pesa mais que o saldo do banco.

Espero que o Corinthians também esteja nessa lista. Eles têm estrutura pra brigar. Não só os grandes tradicionais.

Leandro Oliveira

Se a gente for falar em vantagem, então por que o São Paulo nunca ganhou nada na Europa? Por que o Grêmio perdeu para o Milan em 2006? Por que o Inter foi eliminado pelo Bayern na semifinal? A gente sempre fala que é mais forte, mas na hora H, os europeus ainda são mais organizados.

Deco é um cara inteligente, mas ele tá com o coração na mão. Ninguém vai ganhar o Mundial só porque ‘tá mais descansado’. Tática, qualidade técnica e experiência em competições internacionais é o que vence. E isso, a gente ainda tá atrasado.

Martha Michelly Galvão Menezes

Essa análise do Deco é impecável do ponto de vista logístico e psicológico. A preparação física dos clubes brasileiros, especialmente os que têm estrutura de alto rendimento, é muito mais focada em recuperação e prevenção de lesões do que em muitos times europeus que priorizam apenas o resultado imediato.

A diferença de fuso horário e clima não é só um detalhe - é um fator determinante em desempenho cognitivo e físico. Estudos da FIFA já comprovaram que equipes que viajam mais de 8 fusos horários têm queda de até 18% na eficiência de passes nos primeiros 72 horas após a chegada.

Além disso, a motivação intrínseca: no Brasil, o Mundial de Clubes é o sonho de toda uma geração. Lá, é um jogo a mais no calendário. A diferença de propósito é enorme.

E não esqueçamos: o novo formato com 32 times aumenta exponencialmente o número de confrontos diretos entre confederações. Isso favorece o estilo de jogo mais físico e rápido, que é justamente o que nossos times desenvolveram por necessidade - não por escolha.

É uma combinação rara de fatores que, se bem gerenciada, pode mudar a história do futebol mundial.

Cleber Soares

É só falar que vai ser fácil, mas no fim das contas, o Real Madrid vai vir com 3 jogadores de 35 anos e ainda vai ganhar. O brasileiro sempre acha que é mais esperto, mas no campo, o que vale é o que está no papel. Ponto.

Se o Palmeiras ganhar, aí sim a gente fala. Até lá, é só conversa de torcedor.

Nayane Correa

Eu acho que o ponto mais subestimado aqui é a experiência com viagens longas. Nós não só viajamos mais, como viajamos com menos conforto. Isso forma uma resiliência que não se ensina. Um jogador do Bayern, por exemplo, vai de avião privado e dorme em hotel 5 estrelas. Um jogador do Fortaleza? Voa em avião da TAM, dorme em hotel de 3 estrelas, e ainda tem que acordar cedo pra treinar por causa do fuso.

Isso cria um tipo de ‘fome’ que os europeus nem imaginam. Não é só físico - é mental. E isso é o que faz a diferença em momentos decisivos.

Deco tá certo. A gente não tá aqui pra brincar. A gente tá aqui pra vencer.

Bruna M

Isso tudo me deixa com esperança. Não sei se vamos ganhar, mas acho que finalmente estamos entrando no Mundial com a cabeça erguida, sem medo. A gente não tá mais só representando o Brasil - a gente tá representando um jeito de jogar que o mundo tá esquecendo. A paixão, a gambiarra inteligente, a coragem de arriscar no último minuto...

Se o Flamengo chegar na final, eu vou chorar. Não por vitória, mas por reconhecimento. Porque a gente sempre foi mais do que números e estatísticas.

Maria Rita Pereira Lemos de Resende

Calendário europeu: saturado. Adaptabilidade brasileira: sistêmica. Motivação: intrínseca. Fatores de desgaste: mitigados. Estrutura de elite: presente em 3+ clubes. Impacto psicológico: subestimado.

Conclusão: vantagem estrutural real. Não é utopia. É análise.

Escreva um comentário